terça-feira, 5 de outubro de 2010

Personalidades Históricas de Minas Gerais


Nomes:
Isnaldo Ferreira
Rodrigo Baliana
Túlio Gimenes
Guilherme Oliveira
Wingrison
Vitor Andrade


Políticos


Antônio Carlos Ribeiro de Andrada (IV)




Presidente Antônio Carlos (1926)
Antônio Carlos Ribeiro de Andrada (Barbacena, 5 de setembro de 1870 — Rio de Janeiro, 1 de janeiro de 1946) foi um político brasileiro, prefeito de Belo Horizonte, presidente da Câmara dos Deputados do Brasil,senador da República, presidente da Assembléia Nacional Constituinte de 1932-1933, ministro de estado e presidente do estado de Minas Gerais.
• 1 Biografia
• 2 Carreira política
• 3 Descendência familiar
• 4 Publicações
• 5 Bibliografia
• 6 Ver também



Biografia
Da terceira geração dos Andradas e quarto político deste nome, era bisneto de José Bonifácio de Andrada e Silva - o Patriarca da Independência, neto do Conselheiro Martim Francisco Ribeiro de Andrada e sobrinho de José Bonifácio, o Moço.
Seu pai, deputado geral e senador estadual por Minas Gerais, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, mudou-se de São Paulo para Barbacena na segunda metade do século XIX para casar-se com D. Adelaide Feliciana Lima Duarte, irmã doVisconde de Lima Duarte e bisneta do inconfidente José Aires Gomes, consórcio este que deu origem ao ramo mineiro dos Andradas.
Formou-se em direito pela Faculdade de Direito de São Paulo (1891), juntamente com Delfim Moreira, Venceslau Brás, João Baptista Martins e outros fundou o Clube Republicano dos Estudantes Mineiros, nesta ocasião, ainda estudante funda o Partido Operário Barbacenense. Na faculdade teve como colega de turma Afrânio de Melo Franco.
Começou a vida pública como promotor público em Ubá. Foi professor de história geral e de direito comercial na Academia de Comércio de Juiz de Fora (1894 - 1898). Até 1902 exerceu a advocacia privada. Foi colaborador e depois proprietário do Jornal do Comércio de Juiz de Fora, fundou ainda o Diário Mercantil (1912) naquela cidade, onde foi também vereador. Foi colaborador do Jornal do Commercio do Rio de Janeiro. Foi prefeito de Belo Horizonte em 1905.
Conhecido como homem gentil, elegante e habilidoso, foi secretário de Estado de Finanças no governo Francisco Sales, exerceu novamente o cargo de vereador e agente executivo (prefeito) de Juiz de Fora, que acumulou com as funções de senador ao Congresso Mineiro até 1911, ocasião em que renunciou ao mandato estadual para tomar posse como deputado federal; no governo Venceslau Brás foi líder da maioria do governo na Câmara dos Deputados. Em 1917 deixou a Câmara Federal para ser ministro da Fazenda, no governo do presidente Venceslau Brás, cargo que ocupou até 1918. Retornando à Câmara exerceu novamente a liderança da maioria no período da presidência de Artur Bernardes. Em 1925ocupou o cargo de senador da República.
Foi presidente do estado de Minas Gerais, entre 1926 - 1930, por sua iniciativa e na sua gestão foi instituído em Minas o voto secreto. Foi o principal articulador e organizador da Aliança Liberal e um dos líderes da Revolução de 30. Antônio Carlos disse em discurso, ainda em 1929: "Façamos a revolução pelo voto antes que o povo a faça pelas armas".
Exerceu a presidência da República em 1935 ao substituir Getúlio Vargas no cargo quando este viajou ao Uruguai e à Argentina. Elegeu-se para a Assembléia Nacional Constituinte de 1933 da qual foi seu presidente, e depois presidiu a Câmara dos Deputados até 1937. Democrata convicto, abandonou a política, desiludido com o golpe do Estado Novo dado por Getúlio Vargas.
Permitiu-se uma única manifestação política durante o Estado Novo, em 1942, à qual o governo de´Vargas não teve condições de reagir - e que abriu caminho para o Manifesto dos Mineiros, ao dar entrevista à revista Diretrizes, dirigida por Maurício Goulart e Samuel Wainer, na época considerada verdadeiro "furo" de reportagem; a manchete continha a declaração do entrevistado: "As democracias vencerão a opressão; sou virtualmente contra as ditaduras."
Dois municípios brasileiros são denominados em memória de Antônio Carlos Ribeiro de Andrada: Antônio Carlos (Minas Gerais) e Antônio Carlos (Santa Catarina).
Carreira política
Índice
Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco, aos 21 anos;
Promotor público e juiz municipal em Ubá, aos 23 anos;
Secretário de Finanças de Minas Gerais e prefeito de Belo Horizonte, aos 30 anos;
Senador estadual e prefeito de Juiz de Fora, aos 37 anos;
Deputado federal e líder da câmara, aos 40 anos;
Ministro da Fazenda, aos 47 anos;
Senador Federal e Presidente do Estado de Minas Gerais, aos 55 anos;
Presidente da Assembléia Nacional Constituinte de 1934, e
Presidente da Câmara dos Deputados, aos 64 anos.
Descendência familiar
Era casado com D. Julieta de Araújo Lima Guimarães, filha de Domingos Custódio Guimarães, Barão do Rio Preto, neta do Visconde de Pirassununga e bisneta do Marquês de Olinda, este último estadista pernambucano, senador e regente do Império. Deste casamento teve os seguintes filhos: José Bonifácio Olinda de Andrada, professor de finanças públicas e Secretário de Estado em Minas Gerais; Fábio Bonifácio Olinda de Andrada, deputado e constituinte mineiro de 1934 e as senhoras Antonietta, Ilka e Luísa.
Publicações
O ministro da Fazenda da Independência e da Maioridade, Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, tomo 76, parte I. Rio de Janeiro; Imprensa Nacional; 1915; pg. 361-415 e em Rio de Janeiro: Jacinto Ribeiro dos Santos, 1918.
Bancos de emissão do Brasil. Rio de Janeiro: Livraria Leite Ribeiro, 1923.
A crise. O Câmbio. O papel-moeda. A carteira de redescontos. Discurso pronunciado em sessão de 29 de julho de 1921 na Câmara dos Deputados. Rio de Janeiro: Imprensa Oficial, 1921.
Mensagem do presidente Antônio Carlos Ribeiro de Andrada apresentada ao Congresso mineiro. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, agosto de 1927.
Relatório do Ministro da Fazenda. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1918.

Bibliografia
A palavra do presidente Antônio Carlos na campanha liberal. Compilação de Abílio Machado, Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1930.
ANDRADE, Moacir. O espírito de Antônio Carlos. Belo Horizonte: Mantiqueira, 1952.
CHAGAS, Carmo. "Política Arte de Minas", Carthago e Forte, São Paulo, 1994.
MORAIS, Aurino de. Minas na Aliança Liberal e na Revoução de 1930. Belo Horizonte: 1933, (Edição fac-símile) Brasília: Câmara dos Deputados, 1990.
MOURÃO, Paulo Krueguel Corrêa. O ensino em Minas Gerais no tempo da República (1889 - 1930). Belo Horizonte: Centro Regional de Pesquisas Educacionais de Minas Geraais, 1962.
PEREIRA, Ligia Maria Leite. Presidente Antônio Carlos: um Andrada da República: o arquiteto da Revolução de 30 - Ligia Maria Leite Pereira, Maria Auxiliadora de Faria. - Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998.

Precedido por
Cícero Ribeiro Ferreira Rodrigues
Prefeito de Belo Horizonte
1905 — 1906
Sucedido por
Benjamin Jacob

Precedido por
Augusto Tavares de Lira
Ministro da Fazenda do Brasil
1917 — 1918 Sucedido por
Augusto Tavares de Lira
Precedido por
Melo Viana
Presidente do Estado de Minas Gerais
1926 — 1930 Sucedido por
Olegário Maciel

Cesário Alvim


José Cesário de Faria Alvim Filho (Arraial do Pinheiro, 7 de junho de 1839 — Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 1903) foi um advogado, economista, fazendeiro e político brasileiro.


Biografia
Diplomou-se em Direito pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1862. No último ano de academia, aderiu ao Partido Liberal, que só viria a abandonar às vésperas da Proclamação da República Brasileira.
Formado, passou a advogar em Ouro Preto, onde também exerceu o cargo de secretário da Repartição de Polícia. Foi eleito deputado à Assembléia Provincial nos biênios 1864-1865 e 1866-1867 e, em seguida, deputado à Câmara Geral do Império para a 13ª Legislatura (1867-1868).
Em 1868, dissolvida a Câmara, com os liberais fora do poder, fundou, no Rio de Janeiro, juntamente com Afonso Celso, o diário A Reforma, no qual, juntamente com Francisco Otaviano, Joaquim Serra, Barros Pimentel e outros políticos, continuou a luta pelo avanço do programa do seu partido. Na 16ª legislatura (1877), voltou à Câmara Geral, a que foi reconduzido na legislatura seguinte (1878-1880).
Em 1884, foi nomeado presidente da província do Rio de Janeiro pelo gabinete de Sousa Dantas, mantendo-se no cargo até estabelecer-se, com João Maurício Wanderley, barão de Cotejipe, o governo conservador, em 1886. No exercício desse cargo, preocupou-se, sobretudo, com o problema da escravidão, cujos malefícios, segundo afirmava em relatório de 1885, atingiam todos os ramos da atividade nacional.
Depois de figurar em seis listas tríplices para o Senado e de ser reiteradamente vetado pelos líderes conservadores Ouro Preto e Cotejipe, candidatou-se novamente à Câmara e foi eleito deputado para a 20ª legislatura (1886-1889), a última do Império. Já descrente dos partidos e da própria Monarquia, na sessão de 11 de junho de 1889, quando o Visconde de Ouro Preto apresentou o seu gabinete, declarou-se republicano.
Participante do processo que culminou na Proclamação da República, que no julgamento de João Pinheiro da Silva, "teve para seu estabelecimento, nos discursos de Cesário Alvim, elementos de importância máxima", foi nomeado porDeodoro da Fonseca governador provisório do estado de Minas Gerais.
Desempenhou o cargo de 25 de novembro de 1889 a 10 de fevereiro de 1890, procurando a conciliação entre vencedores e vencidos, assim concorrendo para a consolidação do novo regime. No Governo, procurou combater os exageros das facções políticas que se formaram, não se recusando a apelar para o concurso de antigos monarquistas.
Em 1890, deixou o governo de Minas para aceitar o convite de Deodoro da Fonseca para ocupar o Ministério do Interior, em substituição a Aristides Lobo. No desempenho do cargo, revogou os decretos que ordenavam o banimento de antigos chefes políticos, entre os quais o Visconde de Ouro Preto e a família imperial. Em setembro deste mesmo ano foi eleito senador por Minas Gerais para o Congresso Constituinte Federal e para a primeira legislatura ordinária (1890-1893). Acumulou o exercício do mandato e das funções executivas, até que, a 20 de janeiro de 1891, o ministério renunciou coletivamente, em conseqüência do assalto que sofrera o jornal A Tribuna, do Rio de Janeiro.
A 15 de junho de 1891 renunciou também à senatoria, por ter sido eleito pelo Congresso Legislativo Mineiro primeiro presidente constitucional do estado para o período de 1891-1894. Governou de 18 de junho de 1891 a 9 de fevereiro de1892. No governo, promoveu a elaboração de leis orgânicas que colocaram Minas Gerais à frente das demais unidades federativas na prática das instituições republicanas, tais como as da organização municipal e da organização judiciária, implantando todas as garantias que asseguravam a independência dos juízes. No campo administrativo, fortaleceu o crédito público e estimulou a arrecadação, buscando diminuir a dívida pública, de forma a criar uma situação folgada para o tesouro estadual, melhorou a rede ferroviária, deu grande atenção à política educacional, pretendendo colocar Minas Gerais na vanguarda cultural do País.
No exercício do seu mandato, enfrentou a oposição dos chamados republicanos históricos, perdendo muito de seu prestígio ao apoiar o golpe de 3 de novembro de 1891, que culminou na renúncia de Deodoro da Fonseca.
Tais acontecimentos levaram-no a renunciar à presidência em 1892, passando o governo ao vice-presidente Eduardo Ernesto da Gama Cerqueira. Afastado temporariamente da militância política, a ela retornou na campanha sucessória mineira de 1894, quando defendeu a candidatura de Francisco Bernardino contra a de Crispim Jacques Bias Fortes. De 31 de dezembro de 1898 a 23 de maio de 1899, exerceu o cargo de prefeito do Distrito Federal (Rio de Janeiro) e, a seguir, a Presidência do Lloyd Brasileiro e da Companhia Oeste de Minas, depois Viação Férrea Centro-Oeste.
No império, pertenceu ao Partido Liberal e, na República, ao PRM.
Foi ainda colaborador dos jornais O Dia, do Rio de Janeiro, O Farol de Juiz de Fora e Diário de Minas de Belo Horizonte, e fundador e diretor de A Opinião Mineira, de Ouro Preto.
Ligações externas
? Fala apresentada à Assembléia Legislativa Provincial do Rio de Janeiro na sessão extraordinária no dia 9 de março de 1885 pelo presidente, José Cesário de Faria Alvim
? Relatório apresentado à Assembléia Legislativa Provincial do Rio de Janeiro na abertura da 2ª sessão da 25ª legislatura em 8 de agosto de 1885 pelo presidente, José Cesário de Faria Alvim
Precedido por
José Leandro de Godói e Vasconcelos
Presidente da província do Rio de Janeiro
1884 — 1886
Sucedido por
Antônio da Costa Pinto e Silva

Precedido por
Antônio Olinto dos Santos Pires
Presidente de Minas Gerais
1889 — 1890
Sucedido por
João Pinheiro da Silva

Precedido por
Aristides Lobo
Ministro do Interior do Brasil
1890 — 1891
Sucedido por
Tristão de Alencar Araripe

Precedido por
Eduardo Ernesto da Gama Cerqueira
Presidente de Minas Gerais
1891 — 1892
Sucedido por
Eduardo Ernesto da Gama Cerqueira

Precedido por
Luís van Erven
Prefeito do Rio de Janeiro
1898 — 1899
Sucedido por
Honório Gurgel






Artistas

Carlos Drummond de Andrade
.
Carlos Drummond de Andrade

Nascimento 31 de outubro de 1902
Itabira, Minas Gerais

Morte 17 de agosto de 1987 (84 anos)
Rio de Janeiro, RJ

Nacionalidade brasileira

Ocupação poeta, contista
Escola/tradição Modernismo

Carlos Drummond de Andrade (Itabira, 31 de outubro de 1902 — Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987) foi um poeta, contista e cronista brasileiro.
Índice
[esconder]
• 1 Biografia
• 2 Drummond e o Modernismo Brasileiro
• 3 A poesia de Drummond
o 3.1 Temas típicos da poesia de Drummond
• 4 Obra literária
o 4.1 Poesia
o 4.2 Antologia poética
o 4.3 Infantis
o 4.4 Prosa
• 5 Representações na cultura
• 6 Referências
• 7 Ligações externas

Biografia
Nasceu em Minas Gerais, em uma cidade cuja memória viria a permear parte de sua obra, Itabira. Posteriormente, foi estudar em Belo Horizonte e Nova Friburgo com os Jesuítas no colégio Anchieta. Formado em farmácia, com Emílio Moura e outros companheiros, fundou "A Revista", para divulgar o modernismo no Brasil. No mesmo ano em que publica a primeira obra poética, "Alguma poesia" (1930), o seu poema Sentimental é declamado na conferência "Poesia Moderníssima do Brasil", feita no curso de férias da Faculdade de Letras de Coimbra, pelo professor da Cadeira de Estudos Brasileiros, Dr. Manoel de Souza Pinto, no contexto da política de difusão da literatura brasileira nas Universidades Portuguesas. Bem, durante a maior parte da vida, Drummond foi funcionário público, embora tenha começado a escrever cedo e prosseguindo até seu falecimento, que se deu em 1987 no Rio de Janeiro, doze dias após a morte de sua única filha, a escritora Maria Julieta Drummond de Andrade.[1] Além de poesia, produziu livros infantis, contos e crônicas.
Drummond e o Modernismo Brasileiro
Drummond, como os modernistas, proclama a liberdade das palavras, uma libertação do idioma que autoriza modelação poética à margem das convenções usuais. Segue a libertação proposta por Mário e Oswald de Andrade; com a instituição do verso livre, acentua-se a libertação do ritmo, mostrando que este não depende de um metro fixo (impulso rítmico). Se dividirmos o Modernismo numa corrente mais lírica e subjetiva e outra mais objetiva e concreta, Drummond faria parte da segunda, ao lado do próprio Oswald de Andrade.





A poesia de Drummond


Estátuas Dois poetas', na cidade dePorto Alegre. Em pé, Carlos Drummond de Andrade. Sentado, Mário Quintana. Drummond tinha um livro de bronze nas mãos, que foi roubado. As pessoas agora colocam sempre um livro nas mãos do poeta. Na foto, o livro que está com ele é "Diário de um Ladrão", do Jean Genet.
Quando se diz que Drummond foi o primeiro grande poeta a se afirmar depois das estreias modernistas, não se está querendo dizer que Drummond seja um modernista. De fato herda a liberdade linguística, o verso livre, o metro livre, as temáticas cotidianas. Mas vai além. "A obra de Drummond alcança — como Fernando Pessoa ou Jorge de Lima, Herberto Helder ou Murilo Mendes — um coeficiente de solidão, que o desprende do próprio solo da História, levando o leitor a uma atitude livre de referências, ou de marcas ideológicas, ou prospectivas", afirma Alfredo Bosi (1994).
Affonso Romano de Sant'ana costuma estabelecer que a poesia de Carlos Drummond a partir da dialética "eu x mundo", desdobrando-se em três atitudes:
? Eu maior que o mundo — marcada pela poesia irônica
? Eu menor que o mundo — marcada pela poesia social
? Eu igual ao mundo — abrange a poesia metafísica
Sobre a poesia política, algo incipiente até então, deve-se notar o contexto em que Drummond escreve. A civilização que se forma a partir da Guerra Fria está fortemente amarrada ao neocapitalismo, à tecnocracia, às ditaduras de toda sorte, e ressoou dura e secamente no eu artístico do último Drummond, que volta, com frequência, à aridez desenganada dos primeiros versos:A poesia é incomunicável / Fique quieto no seu canto. / Não ame. Muito a propósito da dua posição política, Drummond diz, curiosamente, na página 82 da sua obra "O Obervador no Escritório", Rio de Janeiro, Editora Record, 1985, que "Mietta Santiago, a escritora, expõe-me sua posição filosófica: Do pescoço para baixo sou marxista, porém do pescoço para cima sou espiritualista e creio em Deus."
No final da década de 1980, o erotismo ganha espaço na sua poesia até seu último livro.
Temas típicos da poesia de Drummond
? O Indivíduo: "um eu todo retorcido". O eu lírico na poesia de Drummond é complicado, torturado, estilhaçado. Vale ressaltar que o próprio autor já se definia no primeiro poema de seu primeiro livro (Alguma Poesia) como um gauche, ou seja, alguém desajeitado, deslocado, tímido, posição que marca presença em toda sua obra.
? A Terra Natal: a relação com o lugar de origem, que o indivíduo deixa para se formar.
? A Família: O indivíduo interroga, sem alegria e sem sentimentalismo, a estranha realidade familiar, a família que existe nele próprio.
? Os Amigos: "cantar de amigos" (título que parafraseia com as Cantigas de Amigo). Homenagens a figuras que o poeta admira, próximas ou distantes, de Mário de Andrade a Manuel Bandeira, de Machado de Assis a Charles Chaplin.
? O Choque Social. O espaço social onde se expressa o indivíduo e as suas limitações face aos outros.
? O Amor: Nada romântico ou sentimental, o amor em Drummond é uma amarga forma de conhecimento dos outros e de si próprio .
? A Poesia. O fazer poético aparece como reflexão ao longo da sua poesia.
? Exercícios lúdicos, ou poemas-piada. Jogos com palavras, por vezes de aparente inocência naïf.
? A Existência: a questão de estar-no-mundo.


Pedro Nava

Pedro Nava
Nascimento Pedro da Silva Nava
5 de junho de 1903
Juiz de Fora, MG

Morte 13 de maio de 1984 (80 anos)
Rio de Janeiro, RJ
Brasil

Ocupação médico, escritor

Pedro da Silva Nava (Juiz de Fora, 5 de junho de 1903 — Rio de Janeiro, 13 de maio de 1984) foi um médico e escritor brasileiro.
Formou-se em Medicina na Universidade Federal de Minas Gerais em 1927 e participou da geração modernista de Belo Horizonte. Como escritor tornou-se o maior memorialista da literatura brasileira, autor de seis livros. O primeiro foi Baú de Ossos. Depois deste vieram ainda Balão Cativo, Chão de Ferro, Beira Mar, Galo das Trevas e, por último, O Círio Perfeito. Pedro Nava traçou nestas obras um completo painel da cultura brasileira no século XX, além dos costumes familiares e sua cultura popular.
Suas páginas sobre a medicina figuram como das maiores que se tenham escrito na literatura brasileira. A Belo Horizonte de seus anos vinte e o Rio Antigo passeiam em suas narrativas como uma força poética e uma profundidade observacional que muitas vezes se transformam em pura poesia, levando o leitor a um mundo mágico. No dizer de Carlos Drummond de Andrade: "… possuía essa capacidade meio demoníaca, meio angélica, de transformar em palavras o mundo feito de acontecimentos." Nava também possuía grande talento de pintor, e só não o foi profissionalmente por opção.
Cometeu suicídio com um tiro na cabeça aos 80 anos, por razões desconhecidas, numa praça do bairro da Glória, após ter atendido, em seu apartamento, a um misterioso telefonema. Hoje, cogita-se que Nava vinha sendo chantageado por um garoto de programa, informação encoberta pela imprensa à época.[1] Mas Ricardo Setti, em artigo publicado em Observatório da Imprensa, afirma que "Zuenir viu-se intensamente pressionado pelo meio cultural. De sua parte, considerava que o relato provinha de fonte pouco confiável. No final, passou as informações para a sede da revista em São Paulo, enviou a reportagem, contendo um curto parágrafo com a hipótese de chantagem sexual, mas manifestou vigorosamente sua oposição a que o parágrafo fosse publicado".[2] Há de se considerar, no entanto, que Zuenir não colheu pessoalmente o relato do garoto de programa, mas, os jornalistas que o fizeram, considerando seu testemunho bastante verossímil.
Obras
? Baú de Ossos, 1972.
? Balão Cativo, 1973.
? Chão-de-Ferro, 1976.
? Beira-Mar, 1978.
? Galo-das-Trevas, 1981.
? O Círio Perfeito, 1983.

Históricos

Tomás Antônio Gonzaga

Tomás Antônio Gonzaga

Nascimento 11 de agosto de 1744
Miragaia, Porto
Portugal

Morte 1810 (66 anos)
Ilha de Moçambique
Moçambique

Ocupação Jurista, poeta, ativista político, luso-brasileiro e inconfidente mineiro.

Tomás Antônio Gonzaga (Miragaia, Porto, 11 de agosto de 1744 — Ilha de Moçambique, 1810), cujo nome arcádico é Dirceu, foi um jurista, poeta e ativista político luso-brasileiro. Considerado o mais proeminente dos poetas árcades, é ainda hoje estudado em escolas e universidades por seu "Marília de Dirceu" (versos notadamente árcades feitos para sua amada).
Índice
• 1 Biografia
• 2 Características literárias
o 2.1 Marília de Dirceu
• 3 Representações na cultura
• 4 Ver também
• 5 Ligações externas

Biografia
Ele nasceu em Miragaia, freguesia da cidade portuguesa do Porto, em prédio hoje devidamente assinalado. Era filho de mãe portuguesa e pai brasileiro. Órfão de mãe no primeiro ano de vida, mudou-se com o pai, magistrado brasileiro para Pernambuco em 1751 depois para a Bahia, onde estudou no Colégio dos Jesuítas. Em 1761, voltou a Portugal para cursar Direito naUniversidade de Coimbra, tornando-se bacharel em Leis em 1768. Com intenção de lecionar naquela universidade, escreveu a tese Tratado de Direito Natural, no qual enfocava o tema sob o ponto de vista tomista, mas depois trocou as pretensões ao magistério superior pela magistratura.Exerceu o cargo de juiz de fora na cidade de Beja, em Portugal. Quando voltou ao Brasil, em 1782, foi nomeado Ouvidor dos Defuntos e Ausentes da comarca de Vila Rica, atual cidade de Ouro Preto, então conheceu a adolescente de apenas quinze anos Maria Dorotéia Joaquina de Seixas Brandão, a pastora Marília em uma das possíveis interpretações de seus poemas, que teria sido imortalizada em sua obra lírica (Marília de Dirceu) - apesar de ser muito discutível essa versão, tendo em vista as regras retórico-poéticas que prevaleciam no século XVIII, época em que o poema fora escrito.
Durante sua permanência em Minas Gerais, escreve Cartas Chilenas, poema satírico em forma de epístolas, uma violenta crítica ao governo colonial. Promovido a desembargador da relação da Bahia em 1786, resolve pedir em casamento Maria Doroteia dois anos depois. O casamento é marcado para o final do mês de maio de 1789. Como era pobre e bem mais velho que ela, sofreu oposição da família da noiva.


Retrato do poeta luso-brasileiro Tomás Antônio Gonzaga - feito com base emgravura do século XIX.
Por seu papel na Inconfidência Mineira ou Conjuração Mineira (primeira grande revolta pró-independência do Brasil), trabalhando junto de outros personagens dessa revolta como: Cláudio Manoel da Costa, Silva Alvarenga e Alvarenga Peixoto, é acusado de conspiração e preso em 1789, cumprindo sua pena de três anos na Fortaleza da Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, tendo seus bens confiscados. Foi, portanto, separado de sua amada, Maria Doroteia. Permanece em reclusão por três anos, durante os quais, teria escrito a maior parte das liras atribuídas a ele, pois não há registros de assinatura em qualquer uma de suas poesias. Em 1792, sua pena é comutada em degredo, a pedido pessoal de Marília à rainha de Portugal e o poeta é enviado a costa oriental da África, a fim de cumprir, em Moçambique, a sentença de dez anos.
No mesmo ano é lançada em Lisboa a primeira parte de Marília de Dirceu, com 33 liras (nota-se que não houve participação, portanto, do poeta na edição desse conjunto de liras, e até hoje não se sabe quem teria feito, provavelmente irmãos de maçonaria). No país africano trabalha como advogado e hospeda-se em casa de abastado comerciante de escravos, vindo a se casar em 1793 com a filha dele, Juliana de Sousa Mascarenhas ("pessoa de muitos dotes e poucas letras"),com quem teve dois filhos: Ana Mascarenhas Gonzaga, filha de dona Juliana anterior ao seu casamento com Tomás Antônio Gonzaga, a quem este lhe seu seu nome, e Alexandre Mascarenhas Gonzaga, vivendo depois disso, durante quinze anos, rico e considerado, até morrer em 1810, acometido por uma grave doença. Em 1799, é publicada a segunda parte de Marília de Dirceu, com mais 65 liras. No desterro, ocupou os cargos de procurador da Coroa e Fazenda, e o de juiz de Alfândega de Moçambique (cargo que exercia quando morreu). Gonzaga foi muito admirado por poetas Romantismo/românticos como Casimiro de Abreu e Castro Alves. É patrono da cadeira de número 37 daAcademia Brasileira de Letras.
Suas principais obras são: Tratado de Direito Natural; Marília de Dirceu (coleção de poesias líricas, publicadas em três partes, em 1792, 1799 e 1812 - hoje sabe-se que a terceira parte não foi escrita pelo poeta); Cartas Chilenas (impressas em conjunto em 1863).
Características literárias
A poesia de Tomás Antonio Gonzaga apresenta as típicas características árcades e neoclássicas: o pastoril, o bucólico, a Natureza amena, o equilíbrio etc. Paralelamente, possui características pré-românticas (principalmente na segunda parte de Marília de Dirceu, escrita na prisão): confissões de sentimento pessoal, ênfase emotiva estranha aos padrões do neoclassicismo, descrição de paisagens brasileiras, etc.
O convívio com o Iluminismo põe em seu estilo a preocupação em atenuar as tensões e racionalizar os conflitos.
Tomás Antonio Gonzaga escreveu versos marcados por expressão própria, pela harmonização dos elementos racionais e afetivos e por um leve toque de sensualidade. Segundo Alfredo Bosi, Gonzaga está acima de tudo preocupado em "achar a versão literária mais justa dos seus cuidados". Assim, "a figura de Marília, os amores ainda não realizados e a mágoa da separação entram apenas como 'ocasiões' no cancioneiro de Dirceu", o que diferencia o autor dos seus futuros colegas românticos.
Marília de Dirceu
As liras a sua pastora idealizada refletem a trajetória do poeta, na qual a prisão atua como um divisor de águas(a segunda parte do livro é contada dentro da prisão). Antes do encarceramento, num tom de fidelidade, canta a ventura da iniciação amorosa, a satisfação do amante, que, valorizando o momento presente, busca a simplicidade do refúgio na natureza amena, que ora é européia e ora mineira. Depois da reclusão, num tom trágico de desalento, canta o infortúnio, a injustiça (ele se considera inocente, portanto, injustiçado), o destino e a eterna consolação no amor da figura de Marília. São compostas em redondilha menor ou decassílabos quebrados. Expressam a simplicidade e gracioso lirismo íntimo, decorrentes da naturalidade e da singeleza no trato dos sentimentos e da escolha lingüística. Ao delegar posição poética a um campesino, sob cuja pele se esconde um elemento civilizado, Gonzaga demonstra mais uma vez suas diferenças com a filosofia romântica, pois segue o descrito nas regras para a confecção de éclogas nos manuais de poética da época, que instruem aos poetas que buscam a superação dos antigos, imitando-os, a utilizações de eu-líricos que se aproximem as figuras de pastores, caçadores, hortelãos e vaqueiros.
Marília é ora morena, ora loira. O que comprova não ser a pastora, Maria Dorotéia na vida real, mas uma figura simbólica que servia à poesia de Tomás Antonio Gonzaga. É anacronismo destinar ao sentimento existente entre o poeta e Maria Dorotéia a motivação para a confecção dos poemas, tendo em vista que esse pensamento só surgiu com o pensamento Romântico, no século XIX. É mais cabível a teoria de inspiração no ideal de emulação, que configurava o sentimento poético da época, baseado nas filosofias retórico-poéticas vigentes, em que o poeta, seguinto inúmeras regras de confecção, "imitava" os poetas antigos procurando superá-los. Muitos pouco conhecedores de literatura podem acreditar que o poeta cai em contradições, ora assumindo a postura de pastor que cuida de ovelhas e vive numa choça no alto do monte, ora a do burguês Dr. Tomás Antonio Gonzaga, juiz que lê altos volumes instalados em espaçosa mesa, mas o fazem por analisar os poemas com critérios anacrônicos à época, analisam com pensamentos surgidos após o Romantismo, textos que o precedem.
É interessante atentar para alguns aspectos dessa obra de Gonzaga. Cada lira é um dialogo de Dirceu com sua pastora Marília, mas, embora a obra tenha a estrutura de um diálogo, só Dirceu fala (trata-se de um monólogo), chamando Marília em geral com vocativos. Como bem lembra o crítico Antonio Candido, o melhor título para a obra seria Dirceu de Marília, mas o patriarcalismo de Gonzaga nunca lhe permitiria pôr-se como a coisa possuída.Sem esquecer que Tomás Antonio Gonzaga morreu de paixão.Ele foi mandando para a ilha das Cobras no Rio de Janeiro,depois para Moçambique na África.Casando-se com uma filha de um mercador de escravos;diga-se de passagem:Logo ele que era totalmente contra a escravidão.







Filipe dos Santos Freire



Filipe dos Santos.
Filipe dos Santos Freire (c. 1680 — 1720) foi um português (tropeiro e minhoto, talvez) representante das camadas populares de Vila Rica, instigou a revolta de Vila Rica, em 28 de junho de 1720. Por sua participação no movimento foi preso e condenado à morte.
Os outros revoltosos foram perdoados, como os portugueses frei Vicente Botelho e seu pai o Ouvidor Manuel Mosqueira da Rosa. Mas Filipe dos Santos, capturado em Cachoeira do Campo, foi enforcado e seu corpo atado a quatro cavalos, sendo despedaçado. A ordem partiu de D. Pedro de Almeida Portugal, conde de Assumar, governador da capitania de São Paulo e Minas do Ouro, que para isso não tinha jurisdição.

Felipe dos Santos Freire nasceu em Portugal e viveu em Vila Rica (posterior Ouro Preto)no estado de Minas Gerais no Brasil. Liderou a chamada revolta de Vila Rica, movimento político no Brasil colonial contra as autoridades portuguesas. No ano de 1720, ocorreram duas rebeliões contra a proibição da saída de ouro em pó da região das Minas, ambas sufocadas por D. Pedro de Almeida Portugal, conde de Assumar, governador da capitania. A primeira, encabeçada pelo paulista Domingos Rodrigues do Prado, foi em janeiro na localidade de Pitangui. A segunda, em 28 de junho, ocorreu em Vila Rica. Ambas eram revoltas contra a lei de 11 de fevereiro de 1719, que obrigava a transformação do ouro em pó em barras de ouro nas casas de fundição locais. Desse modo, só podiam ser negociadas barras cunhadas com as armas del-Rei e com desconto de um quinto do montante, que ficava para a coroa. Às onze horas da noite de 18 de junho de 1720, sete mascarados, acompanhados de muitos negros escravos, invadiram Vila Rica, depredaram residências e exigiram aos gritos que o governador não abrisse as casas de fundição. No dia 2 de julho, mais de mil insurretos ocuparam Ribeirão do Carmo, onde se alojava o conde, e obtiveram a promessa do governador de que a lei seria suspensa e o motim perdoado. Nova revolta, porém, eclodiu no dia 12 de julho do mesmo ano. O conde de Assumar, no dia seguinte, colocou a prêmio as cabeças dos revoltosos: ofereceu cem oitavas de ouro a quem matasse qualquer um deles e autorizou a população a atirar nos mascarados que perturbavam a ordem pública. Em 14 de julho, tendo reunido forças suficientes, o conde esmagou a rebelião. O local onde costumavam se refugiar os mascarados, o arraial do Morro, em Ouro Podre, foi incendiado. O chefe ostensivo do movimento era o impetuoso Felipe dos Santos Freire, que, durante uma pregação revolucionária em Cachoeira do Campo, foi preso e condenado à morte. Em 21 de julho de 1720, Felipe dos Santos Freire foi enforcado em Vila Rica e em seguida teve o corpo atado às caudas de quatro cavalos e esquartejado. A pena foi considerada excessiva pelas autoridades portuguesas, mas o conde de Assumar justificou o rigor pela necessidade de dar exemplo e intimidar a população.

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